Ai
desse poeta cético e incrédulo na vida que no teu sorrir e olhar achou a
inspiração para crer naquilo que jamais viveu!
Pobre
poeta que jamais com suas mãos tocou a tua pele alva e delicada, branca como a
geada na relva ao amanhecer em aurora de inverno...
Ai
desses lábios que sequer pretenderam até hoje os teus tocarem de forma
uníssona, harmônica e intrínseca...
Mísero
poeta que nunca roçou com a face teus cabelos e nem aspirou deles o perfume de
alfazema inebriando a alma e o coração...
E
o que dizer de teu corpo, esguio e belo, a enfeitiçar o meu com o selvagem
desejo de possuir-te por inteira?
Como
viste, palavras são inúteis sendo a mim apenas necessárias a tua presença, tua
voz e a tua alma...
Eia
a verdadeira razão da minha existência, querida e doce senhorita!
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