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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

crônica: "Então...É Natal!"

Poucas coisas na vida me aborrecem mais que a época natalina, preciso confessar isso!Quando vai terminando o mês de novembro já começo a me aborrecer com esse clima forçado de: -“Agora somos felizes”!


No começo de dezembro a coisa piora, as filas nos bancos aumentam e os caixas eletrônicos param de funcionar. As lojas de R$1,00 (um real) ficam entupidas de pisca-pisca, árvores de natal e bolinhas coloridas para enfeites. Sem falar nas musiquinhas estridentes invadindo meus ouvidos: lá,lá,lá...lá,lá,lá... Haja saco!


Por falar em música, todo ano na época do natal somos obrigados a ouvir em qualquer lugar a voz grossa da Simone cantando: “Então... é natal”!


Não que eu tenha algo contra a Simone, mas todo mundo sabe que é natal, sabe que o povão vai receber o 13º. salário e torrar tudo nas lojas e depois que acabar o dinheiro vai trocar a mobília de casa comprando em 17 vezes nas Casas Bahia.


E os hipermercados com aqueles locutores anunciando o preço do peru, do chester e do panetone? Então... é natal!


Outro dia levei um tropeção no pezão de um papai-noel gordo que estava sentado numa cadeira bem no meio da calçada tocando o insuportável sininho e falando alto: -“Ho, ho, ho, feliz natal!” Dá vontade de pegar o sino e enfiar o badalo na cabeça do bom velhinho. Então... é natal!


Assistir à televisão nessa época é um horror! Basta ligar a TV em qualquer canal que você verá artistas,apresentadores e humoristas com roupas brancas cantarolando algum tema de natal,pode reparar.Então...é natal!


Até o futebol consegue ficar chato no final do ano. Os jogadores organizam aquelas partidas sem graça onde o ingresso para assistir a pelada é 1 kg de alimento não perecível. Aí o povoléu lota os estádios para assistir o jogo entre os “amigos de Ronaldo Bola” contra os amigos da “ponte que partiu”. Então... é natal!


Todo ano é a mesma chatice!O Roberto Carlos com aquele terninho branco dando a tradicional mancadinha cantando: -“Jesus Cristo, Jesus Cristo, Jesus Cristo eu estou aqui!” Então... é natal!


E os amigos secretos que são realizados nas festas de fim de ano nas empresas? As pessoas não se suportam o ano inteiro e ainda tem que trocar presentes com os inimigos secretos. Sem falar que tem sempre um engraçadinho que sorteia o próprio nome e acha o máximo revelar esse feito aos demais no dia do amigo secreto. Então... é natal!


As estradas, por sua vez, ficam intransitáveis, principalmente as que levam ao litoral. São horas e horas buzinando e parando. Ainda tem os carros mais velhos que começam a esquentar demais e o motorista para no acostamento para jogar uma água no veículo e aproveitar para fazer um xixi amigo na frente de todos enquanto o carro se recupera. Então... é natal


Depois de todo esse martírio nas estradas chega finalmente ao litoral e ao abrir a torneira da pia percebe que já está faltando água na Baixada. O elevador do prédio também está quebrado e a praia está lotada de farofeiros. Então... é natal!


Eu poderia continuar enumerando as demais coisas que me incomodam no natal, mas se eu continuar corro o risco de não terminar essa crônica.


Para concluir, uso a frase que mais se ouve na época do fim de ano: -“Desculpa de alguma coisa e tudo de bom”! Afinal, Então... é natal!


* Crônica do livro "Existe vida após o casamento?"

domingo, 9 de dezembro de 2012

crônica:"Filosofia de botequim!

 
             A sabedoria (?) popular tem criado muitas frases de efeito e máximas que servem para explicar desde os infortúnios da vida até...

Bem, o que eu estava dizendo mesmo? Perdi a linha de raciocínio porque meu cachorro Carlinhos acaba de entrar aqui na sala onde escrevo essa crônica segurando um enorme pedaço de pão na boca a procurar um lugar secreto para escondê-lo de nosso outro cão, o John Lenonn !

            Ah, era sobre as máximas, os pensamentos populares não era? Pois bem, agora que o Carlinhos, um weimaraner de aproximadamente 30 kg, já saiu da sala posso voltar a prestar atenção no que escrevo. Será que ele já comeu o pão?

            Acho muito engraçada essa cultura popular, esse jeito simples de explicar o inexplicável, algo que muitas vezes falta para os grandes cientistas, para os grandes médicos e para os grandes políticos estelionatários justificarem suas teses.

            Selecionei alguns ditos populares para os leitores se divertirem um pouco e se lembrarem dos tempos dos avós e da infância, lá vai:

 

            - “Vão-se os anéis, ficam os dedos” (vá dizer isso para o dono de uma grande joalheria após ela ser assaltada por bandidos

 

            -“É melhor um pássaro na mão do que dois voando” (diga isso para os ecologistas do Greenpeace)

 

            -“Antes tarde  do  que  nunca”  (tente  consolar  um estudante que chegou atrasado para prestar o vestibular e não pôde entrar na faculdade)

            -“O amor é cego!" (eu completaria esse ditado com o seguinte: e burro!

 

            -“Quem ama o feio bonito lhe parece!” (e aí está colocada a tese do mau gosto.

 

            - “A vida é cheia de altos e baixos” (que digam os vendedores de salto alto nas lojas de calçado)

 

            -“Desculpa por alguma coisa!” (frase dita nas despedidas de final de ano e na troca de presentes do amigo secreto)

 

            -“Apesar de tudo, ele era uma boa pessoa!” (frase que os familiares do defunto ouvem sempre na despedida do enterro; isso é praxe e irrita)

 

-“Há males que vem para o bem!” (pensamento de cônjuges que acabaram de se separar)

 

-“O mundo dá muitas voltas” (será que esse ditado foi criado pelos cientistas explicando os movimentos de translação e rotação?)

 

-“Sexo não é tudo!” (concordo, diria que é quase tudo!)

 

            -“Quem casa quer casa” (E quando se separa quer pensão, cesta básica, móveis etc.).

 

            -“Devemos nos arrepender do que deixamos de fazer e não do que fizemos” (fala isso para quem votou no Collor em 89)

            -“Competir é mais importante do que ganhar” (será que quem deixou de ganhar na mega-sena por um número apenas também pensa assim?)

 

            -“ Quem canta seus males espanta”(será que a cantora Vanusa pensou assim quando “cantou” o Hino Nacional naquela solenidade?)

 

            Para terminar essa seleção de pérolas com pensamentos e frases populares não poderia deixar de citar a última dessa crônica:

 

            “A esperança é a última que morre!” (se é assim, tomara que nenhuma sogra se chame Esperança)

 

Crônica: "A camisa vermelha de Hugo Chávez"



            Arriscar-se a escrever crônica sobre política nacional e internacional é sempre ter a garantia de que o livro contará com algumas páginas hilariantes!

            Hilariantes não porque eu seja um exímio humorista- sou mais azedo que limão algumas vezes- mas porque os líderes políticos são cômicos e eu me divirto com eles até chegando a esquecer que tenho de pagar pensão para minha ex-mulher. Isso é um alento para minha paciência!

            Já viram e ouviram como o presidente com nome de molusco inicia seus discursos? Lá vai: - “Nunca antes na história desse país um governo blá, blá, blá...”

            E quando ele se emociona ao dizer que as Olimpíadas de 2016 e a Copa do Mundo de 2014 serão em terras tupiniquins? Não teria lugar melhor no mundo para a realização desses eventos, pois o Brasil não tem problemas sócio-econômicos, nem corrupção e nem miseria ; sem falar que é um lugar mais seguro que a faixa de Gaza, que o Iraque e que o Afeganistão, eu acho né! Não tenho certeza!

            Indo para a seara internacional, e o Obama com aquele discursinho eleitoral dele ao postular o cargo mor do imperialismo norte-americano então: -“ Sim, é possível!”

            Será que também é possível o Oriente Médio viver sem as intervenções militares dos Estados Unidos? Será que é possível os países contrários aos interesses americanos viverem longe dos embargos econômicos?

            Já no outro extremo temos o radical Hugo Chávez, personagem central dessa crônica, tentando vender a imagem de uma Venezuela extremamente culta e próspera, uma potência mundial. Só se for potência no beisebol!

            Desculpem a comparação, mas Hugo Chávez com aquela camisa vermelha surrada e manchada de suor debaixo do braço parece mais um gnomo histérico.

            Sem falar naquele ar de Napoleão Bonaparte depois da gripe suina , né!

            O homenzinho já mudou a Constituição da Venezuela para se perpetuar no poder, já fechou meios de comunicação que eram contra ele e agora declara guerra à Colômbia!

            E ainda quer que o Lula faça o mesmo por aqui num possível terceiro mandato. Pimenta nos olhos dos outros é refresco, não senhor Chávez?

            Mas o gnomo de camisa vermelha já faz escola na América Latina ou seria América Latrina? O Manuel Zelaya foi fazer o mesmo em Honduras e levou um golpe militar. Bem feito! Sou contra golpes militares, claro, mas Zelaya com aquele seu chapéu panamá comprado no Equador dançou: -“La cucaratia, la cucaratia, yo no puedo caminar!”

            Aonde quero chegar com essa crônica? Alguém me pergunta e eu respondo: -“Na camisa vermelha do Hugo Chávez!”- Será que ele vai lançar grife em Paris? Será que torce para o Internacional? Se torce, melhor não ir ao estádio Olímpico assim, a recepção não será “muy amiga, hein compañero”?

            Acho que Hugo Chávez deve ter um estilista próprio para sugerir os tons de vermelho de suas camisas. Será que a Venezuela teve ou tem um Clodovil por lá? E se tivesse ele certamente diria o seguinte: - “olha para a lente da verdade e abre o jogo: qual a tonalidade de rojo (vermelho em espanhol) que o senhor prefere, meu amor?”Há, há,há...

            Hugo Chávez merece ter uma estátua em cada circo e em cada programa de humor em todo o mundo, pois ele é uma piada! Às vezes acho que ele é surreal ou mais um heterônimo de Fernando Pessoa, mas quando vejo as marcas de suor debaixo das mangas de sua camisa vermelha percebo que ele é real. Comicamente real! Histrionicamente real!

            Concluindo essa crônica preciso fazer duas últimas indagações:

 

            1ª .”Será que Chávez vai estatizar as lavanderias da Venezuela para acompanhar de perto a lavagem de suas camisas vermelhas?”

 

            2ª. ”Será que quando a Fafá de Belém canta: vermelho, vermelho... ela se lembra de Hugo Chávez? Acho que não, ela não teria tanto peito para isso! Ou teria?”

domingo, 2 de dezembro de 2012

Curiosidades sobre o poeta


 
Todo escritor e poeta tem lá suas manias e curiosidades, não é mesmo? Com João Ribeiro Neto não poderia ser diferente!!!

Depois de ter estudado na faculdade a doutrina econômica conhecida por Fisiocracia, formulada no século XVIII por grandes pensadores como Quesnay, João Ribeiro resolveu aplicá-la em sua vida cotidiana.

Segundo a Fisiocracia, o bem realmente valioso não é a moeda em espécie, mas sim a terra e a natureza.  

O papel dos governantes deve ser o de respeitar as leis naturais,absolutas,imutáveis e universais. O dinheiro é apenas um intermediário e a verdadeira riqueza decorre de um produto líquido consumível. Esse produto não existe na indústria nem no comércio,mas apenas na agricultura.

Os fisiocratas ensinavam que o homem poderia viver perfeitamente sem o dinheiro e em harmonia com a natureza,desde que cultivasse seu próprio alimento.
O lema da Fisiocracia é a frase em francês: “Laissez-faire.laissez-passer” que significa:”deixar fazer,deixar passar”.
      Disposto a colocar em prática a Fisiocracia, o escritor comprou um sítio e mudou-se para o interior de São Paulo adotando uma vida simples e sem luxo.
Tira a maior parte de seu sustento da horta e do pomar que cultiva e seu meio de transporte preferido é por meio dos seus cavalo de raça que cria no sítio, já que sempre foi apaixonado por equitação.

 
                                      






 





Vídeo:
 

Crônica: Imperceptivelmente


Parafraseando o escritor Mário de Andrade: "Tanto andam agora preocupados em definir o conto que não sei bem se o que vou contar é conto ou não".

Fulano nunca  bebeu, nunca fumou, nunca se apaixonou, nunca mudou...

Sempre foi incapaz de protagonizar grandes tragedias, de transmitir algum sentimento carinhoso ou rancoroso.

Leu os livros precários, viu os filmes banais, ouviu as músicas da moda...

Para fulano era impossível escolher algo que envolvesse tomar uma decisão e, por isso, aceitava passivamente sugestões de pastas de dente e de candidatos a cargos políticos.

Jamais levantou a voz ou os olhos. Gestos contundentes, não os fez. Usou óculos redondinhos a vida inteira e fugiu do uso das gravatas.

Fulano não sonhou, não ousou, não se exasperou e nem se decepcionou. Comemorou Natal com champanha (palavra brasileira) popular, vestiu roupa branca no ano novo, acendeu velas na praia e cultivou tolas supertições.

Conservou, enfim, sua fleuma até na hora de morrer. E a morte lhe foi também fria, insípida, sem dor, sem saudade, comum, sem sofrer tal como fulano.
Só teve uma capacidade fulano: a de atravessar a vida desde seu intróito até sua peroração imperceptivelmente, não deixando amores, nem paixões, nem saudade e nem qualquer sensação de vitória ou derrota!

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos". (Charles Chaplin)
 
 
* crônica que integra o livro "A Vida é Bela - Para Quem?"

sábado, 1 de dezembro de 2012

Poesia: "Saudade"



 

Saudade é olhar para o vazio
 

E provar a dor do abandono

No cálice da amargura.

Dor constante, pensamento vago!

Basta uma música, um sonho,uma palavra

E chega a saudade.

Ela é triste como os pássaros privados de voar,

Como os homens inertes, como a nostalgia da chuva.

Saudade é o modo de sentir medo, é dor profunda.

É o gosto do desejo.

Força incontrolável de chorar, pesadelo real do espírito,

Exercício da memória desfigurada.

Tente fugir,tentemos fugir...

Mas é impossível, ela é implacável,

Temível, insana...

Sentimento carrasco e destemido como a fúria dos raios;

Próprio de quem ganha e perde o direito de amar...

Livro: " A Vida é Bela - Para Quem?"


 

Depois do sucesso de seu primeiro livro de poesias “Conflito Interior”, João Ribeiro Neto publicou no ano de 2002 seu segundo livro: A Vida é Bela – Para Quem?”, prefaciado pelo notável escritor,cantor tradicionalista e também poeta , o gaúcho Claudino De Lucca (foto à direita),com o qual tem contato até hoje, mesmo Claudino residindo em Santo Ângelo/RS. No prefácio, o notável artista Claudino De Lucca fez o seguinte comentário:

(...) "É um livro bem mais leve e solto que o primeiro. Sem as dificuldades para o leitor
de tentar analisar a poesia ou alegar não entender de versos.

Suas crônicas, seus relatos, seus comentários pessoais, às vezes irônicos, às vezes críticos, às vezes hilariantes, são de leitura amena, gostosa e divertida.

Comparações à parte, lembram às vezes o macaco Simão, da Folha de São Paulo, ora o incomparável Luiz Fernando, ora Carlos Heitor Cony. Praticamente todos esses textos já foram publicados isoladamente nos jornais, mas vê-los agora reunidos em um livro é a possibilidade de degustá-los em qualquer momento, juntos ou em separado”. (Claudino De Lucca/2002)



 

Conheça o Autor




 
Por pertencer à tradicional família “RIBEIRO”, o escritor João Ribeiro tem como traços marcantes em sua origem dois estados brasileiros: “São Paulo” e, também, o “Rio Grande do Sul”.

 
            
 O expoente maior de sua família em São Paulo está concentrado na saudosa pedagoga Carolina Ribeiro,mulher que entrou para a História por ter sido a primeira secretária da educação do Estado de São Paulo, no governo Jânio Quadros.




Aliás, na residência onde vive hoje  eram realizadas as convenções e reuniões de apoio do falecido Jânio da Silva Quadros e, ainda, possui o antigo relógio de parede, o cuco“, onde seu finado avô João Amancio Ribeiro Filho fazia questão de pendurar no pêndulo a miniatura em metal de uma “vassourinha”,tradicional símbolo das campanhas políticas de Jânio.

 

Origem Sulista do Autor

 

Já sua origem sulista, explica-se pelo fato de ter como tronco de sua família o Marechal Bento Manuel Ribeiro (foto) (1761-1855), uma das figuras ilustres do Rio Grande Sul por ter participado em todas as guerras do sul,desde 1801 até 1851. Nas campanhas de 1817 a 1820 alcançou as vitorias de Belém, Galera de Braquin, Perucho-Berna, Arroio Grande.

Esse foi o período brilhante de sua vida de soldado, quando seguia os preceitos de disciplina ensinados e mantidos pelo ilustre general Curado- Coleção Efemérides Brasileiras-1891-Barão do Rio Branco (…)

Essas notícias foram publicadas no jornal “O Estado de São Paulo”

Mais um traço da origem gaucha do autor encontra-se no fato de seu pai ter sido o fundador do PDT (Partido Democrático Trabalhista) liderado por Leonel de Moura Brizola em São Paulo na década de 80. Por sinal, João Ribeiro Neto participou ativamente da campanha presidencial de 1989 de São Paulo ao Rio Grande quando ainda era guri.

Dessa época, guarda em sua estante um busto do saudoso “GOVERNADOR”, como era conhecido Brizola por ter governado dois estados distintos:Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
 

Incentivo da Família

 

João Ribeiro foi sempre incentivado por seu falecido pai, Frederico Ribeiro, a orgulhar-se da nobre origem de sua família e a escrever poemas e crônicas desde tenra idade, o que despertava a atenção de seus professores e colegas.

Formado em jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu, começou a reunir algumas poesias antigas de sua autoria e,no ano seguinte, após iniciar o curso de direito no Centro Universitário IMES de São Caetano do Sul/SP publicou seu primeiro livro,“ Conflito Interior ”.

A partir dessa publicação, João Ribeiro Neto passou a ser reconhecido como um dos mais promissores intelectuais , sendo destaque na imprensa paulista, gaúcha e catarinense graças ao expressivo número de leitores que conquistou nesses estados. Seus livros revelam a personalidade forte e polêmica das quais é dotado; nunca se prestou ao papel de escrever para agradar esse ou aquele. Ao contrário, já respondeu a alguns processos na justiça devido ao seu jeito franco e destemido de encarar a vida e a sociedade com seus hipócritas padrões de comportamento.

Essa passagem tirada do livro Conflito Interior revela a coragem e ousadia do escritor:

Essa pequena obra tem como objetivo enaltecer a arte e, de alguma forma, colaborar com um processo de resgate cultural em nosso país. Um país sem identidade,empobrecido em valores e subjugado à ignorância proliferada por uma indústria cultural torpe e mal intencionada. Golpeio poucos dos muitos grilhões que prendem a sociedade nos escuros subúrbios da anticultura.”

Poeta por si próprio (crônica)


 
         Sempre quando as pessoas descobrem que sou poeta noto um ar estranho em suas faces. Parece que o espanto domina seus lábios e a palavra poeta sai soletrada: po-e-ta.

            Não compreendo o porquê de tanta admiração ou espanto causado só porque se está diante de alguém que gosta de escrever versos em nosso rotineiro cotidiano.

            Talvez porque o poeta, mesmo não tendo um valor profissional ou econômico na sociedade alienada, ocupa o lugar no imaginário das pessoas por ser um alguém que tem ousadia para sonhar.

            Como é difícil sonhar estando no meio da neurose social onde os problemas financeiros nos ferem, aprisionam e até matam! O mundo é caótico, confuso, mas a poesia não; ela é sublime, tenra...

            Porém na mente do poeta coexistem o caos da realidade imperfeita com a perfeição do ideal. Daí surge a poesia!

            Enquanto poeta, sempre sonhei amar e ser amado mais do que na vida real. Numa manhã de sol desponta o verso infantil ao imaginar a doce amada, no crepúsculo a realidade começa a bater na aorta através do verso sutil e, à noite, uma dor de perda assombra o pobre poeta!

Poetar! Transformar dores em esperanças, viver paixões imortais que por sua vez morrem sem mais nem menos diversas vezes. Que paradoxo!

            Trocas de confidências e olhares voltados à própria alma, declarações banais de felicidade, gritos de lamúria... “Ais” de padecer inexistente...

            Ser poeta!  Sorrir quando se quer chorar; sonhar

quando o que se deve fazer é viver; transformar dores em versos quando se deve fazer exatamente isso. Transformar dores em versos!

            E naquela calçada caminha agora um poeta, leva um semblante grave, deve estar pensando em como é difícil vender seus livros, se é que já os escreveu um dia!

            Olha outro poeta ali! Esse vai sorrindo ao atravessar a rua, talvez vá encontrar a sua amada.

            Ah, na praça tem mais um poeta declamando versos doloridos, mas cada estrofe é um convite para refletir sobre a vida.

            É bom que existam poetas pelo mundo afora, mas como é difícil ser um! A sociedade é leviana, mas ainda assim vale a pena!

Fernando Pessoa, o maior dos poetas, há muito já nos disse: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.


* Crônica que integra o livro "Existe vida após o casamento?"

A Gramática do Amor (crônica)



                                        “A gramática do amor”

            Hoje estou meio romântico! Já reli alguns versos de Federico Garcia Lorca e fiquei com vontade de mesclar esse livro de crônicas com um pouco de poesia, ainda que me seja atribuído o adjetivo de piegas ou algo assim. Afinal, o amor mais belo ainda é o ideal, o “belo platônico”, que não perde seu brilho com as rusgas da dura convivência a dois.

Dedico essas doces páginas a esse tipo de amor tão puro a uma faceira”espanholita” de olhos claros que já tive em meus braços.

 

            Eu queria expressar com os lábios os reais sentimentos escondidos n’alma, mas minhas palavras foram podadas do dicionário e as frases não foram concluidas . Os verbos transitivos ficaram sem objetos diretos e indiretos e o sujeito das orações (Eu) ficou sem seu núcleo (Você), pois esse sujeito é composto.

            Composto por seu carinho, sua admiração, afeto... E outra vez as palavras me falham e o único adjetivo que ora mereço é “Tolo”, pelas reticências colocadas.

            Mas o que eu queria era somente mostrar a você meu desejo de que o texto de nossas vidas nunca terminasse. Bom seria que nossos parágrafos fossem preenchidos por tênues consoantes e vogais acentuadas. Acentuadas por um sentimento eterno, cujo nome é amor!

            Amor, substantivo simples, uma palavra dissílaba que quase sempre rima com outro substantivo: Dor. Uma dor monossilábica!

            Na poesia dedicada a você, amor rima com outro substantivo próprio: com seu nome. Embora uma flor adjetivada por singela soaria melhor com seu nome; os sufixos criaram uma rica rima.

            Rima rica ou rica rima; e agora escrevi uma aliteração: RI-RI; e do meu sentimento você ri, mas não me importo porque assim vejo seu sorriso. O seu coração é uma aliteração do meu, pena que ainda não saiba!

            Quero fazer uma análise sintática de seus lábios: prefixo acentuado “Lá” e os meus beijos imaginários estão também “Lá”, advérbio de lugar, enquanto ouço a melodia romântica onde predomina o som do “Lá”, substantivo masculino, nota musical.

            Vislumbro seu rosto entre a paisagem de Ibiúna, detrás da duna. Que quadro lindo!

            Se eu amasse; se você amasse; se nós nos amássemos... Isso é viver um futuro condicional, modo subjuntivo. Prefiro o presente do indicativo, ele indica nosso amor: Eu amo; você ama; nós nos amamos!

            Quantas linhas já escrevi tentando melhor me expressar poeticamente em forma de crônica, continuar seria hipérbole, exagero! Fica difícil concluir, pôr o ponto final nesse texto dissertativo.

            Não, esse texto não é poesia, ele tampouco é poético, hoje descobri o que é poesia segundo versos do escritor Gustavo Adolfo Becquer:

Que es poesia? Y tu me lo preguntas?

Poesia eres tu!
 
 
* crônica que integra o livro "Existe vida após o casamento?"