“A gramática do amor”
Hoje estou
meio romântico! Já reli alguns versos de Federico Garcia Lorca e fiquei com
vontade de mesclar esse livro de crônicas com um pouco de poesia, ainda que me
seja atribuído o adjetivo de piegas ou algo assim. Afinal, o amor mais belo
ainda é o ideal, o “belo platônico”, que não perde seu brilho com as rusgas da
dura convivência a dois.
Dedico essas
doces páginas a esse tipo de amor tão puro a uma faceira”espanholita” de olhos
claros que já tive em meus braços.
Eu queria expressar com os
lábios os reais sentimentos escondidos n’alma, mas minhas palavras foram
podadas do dicionário e as frases não foram concluidas . Os verbos transitivos
ficaram sem objetos diretos e indiretos e o sujeito das orações (Eu) ficou sem seu núcleo (Você), pois esse sujeito é
composto.
Composto
por seu carinho, sua admiração, afeto... E outra vez as palavras me falham e o
único adjetivo que ora mereço é “Tolo”, pelas reticências colocadas.
Mas
o que eu queria era somente mostrar a você meu desejo de que o texto de nossas
vidas nunca terminasse. Bom seria que nossos parágrafos fossem preenchidos por
tênues consoantes e vogais acentuadas. Acentuadas por um sentimento eterno,
cujo nome é amor!
Amor,
substantivo simples, uma palavra dissílaba que quase sempre rima com outro
substantivo: Dor. Uma dor monossilábica!
Na
poesia dedicada a você, amor rima com outro substantivo próprio: com seu
nome. Embora uma flor adjetivada por
singela soaria melhor com seu nome; os sufixos criaram uma rica rima.
Rima rica ou rica rima;
e agora escrevi uma aliteração: RI-RI; e do meu sentimento você ri, mas
não me importo porque assim vejo seu sorriso. O seu coração é uma aliteração do
meu, pena que ainda não saiba!
Quero fazer uma análise sintática de
seus lábios: prefixo acentuado “Lá” e os meus beijos imaginários estão também
“Lá”, advérbio de lugar, enquanto ouço a melodia romântica onde predomina o som
do “Lá”, substantivo masculino, nota musical.
Vislumbro seu rosto entre a paisagem
de Ibiúna, detrás da duna. Que quadro lindo!
Se eu amasse; se você amasse; se nós
nos amássemos... Isso é viver um futuro condicional, modo subjuntivo. Prefiro o
presente do indicativo, ele indica nosso amor: Eu amo; você ama; nós nos
amamos!
Quantas linhas já escrevi tentando melhor me
expressar poeticamente em forma de crônica, continuar seria hipérbole, exagero!
Fica difícil concluir, pôr o ponto final nesse texto dissertativo.
Não,
esse texto não é poesia, ele tampouco é poético, hoje descobri o que é poesia
segundo versos do escritor Gustavo Adolfo Becquer:
Que es poesia?
Y tu me lo preguntas?
Poesia eres tu!
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